O governo japonês lamentou a decisão da Dinamarca de recusar a extradição para o Japão e de libertar o defensor americano-canadiano das baleias Paul Watson, detido em julho na Gronelândia.
"É lamentável que o governo dinamarquês não tenha aceite o pedido" de extradição de Tóquio, e o Japão "deu isso a conhecer ao lado dinamarquês", disse o porta-voz do governo nipónico, Yoshimasa Hayashi.
O Japão acusa Watson de ser corresponsável pelos estragos e ferimentos dentro de um navio baleeiro japonês em 2010, no quadro de uma campanha lançada pela associação ecologista Sea Shepherd.
O ativista, de 74 anos, foi detido em Nuuk, capital do território autónomo dinamarquês da Gronelândia, a 21 de julho, depois do Japão ter reiterado um pedido de detenção emitido em 2012, através de um aviso vermelho da Interpol.
Watson foi detido quando estava a pilotar uma embarcação, chamada John Paul DeJoria (o nome de um bilionário norte-americano), para intercetar um novo navio-fábrica baleeiro japonês.
A Dinamarca recusou a extradição devido à "duração total da detenção de Paul Franklin Watson após a detenção em 21 de julho de 2024 e até que uma possível decisão de extradição possa ser executada".
De acordo com a decisão, citada pela agência de notícias France-Presse, o governo dinamarquês sublinhou ainda "o facto de os atos pelos quais a extradição é solicitada datarem de há mais de 14 anos, bem como a natureza dos atos em geral".
Em outubro, o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Takeshi Iwaya, garantiu que o pedido de extradição de Watson era uma questão de "aplicação da lei" e não de defesa da atividade baleeira.